A relação de dependência entre as pessoas me chama atenção. É interessante perceber que a idéia de disposição por uma pessoa deixa a outra na zona de conforto e automaticamente é atribuída à primeira a obrigação de dispor eternamente. Uma mudança nesse equilibrio pode fazer com que a parte confortada tenha atitudes flexiveis ou inflexiveis. Aí está a pedra de amolar nos relacionamentos. Não pretendo descrever arquétipos universais destes comportamentos, mas ilustrar algumas observações que considero importantes.
De modo geral as relações humanas são movidas por interesses. Namoros, amizades, relações de trabalho, família. Há sempre uma relação comutativa que pode persistir se resultar em multiplicação ou soma. Mas, porque algumas pessoas insistem em se relacionar quando sai em desvantagem? É a isso que chamo de dependência ou disponibilidade vampírica. Às vezes o indivíduo por se encontrar numa situação psicologicamente vulnerável se torna vítima de outro por um ciclo de dependência gerado com o intuito de manter a presença alheia como a um troféu. Devemos considerar que isso se dá, na maioria das vezes, de forma inconsciente pelo menos para uma das partes. Quando a parte "dominada" se dá conta do desnível matemático é que surgem as revoluções.
É engraçado observar que a parte "dominada", normalmente é a mais forte das duas e sai das relações doentias dando reviravoltas surpreendentes. Acredito ser importante para o processo de formação individual tais contatos, inclusive para a percepção de tais realidades para uma das partes. Isso não significa dizer que todas as pessoas vão passar por esse processo com a mesma visão de realidade. Algumas podem simplesmente ignorar o processo e continuar sendo vampirizado sucessivamente e abandonado por seu predador.
Já havia percebido esses sítios relacionais e sempre me esforcei para sair e retirar as pessoas com as quais me relacionei das suas respectivas zonas de conforto. Garanto que não é facil. Isso requer uma proximidade ímpar e uma doação ao relacionamento que as superficialidades da nossa atualidade não absorve. Percebo que a ditadura da felicidade e bem-estar, imprime falta de corpo à ideia de cumplicidade e evolução do outro.
Gostaria de convidar os leitores a conhecer um pouco mais sobre o relacionamento a dois e o relacionamento individual através de algumas indicações de leitura.
"Quem me roubou de mim?" de Fábio de Melo, que propõe o vampirismo relacional(recebi de presente de uma pessoa muito especial que quebrou alguns paradigmas meus).
Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus, com a proposta de diferença dos comportamentos intergêneros.eve em consideração a capacidade de uma mulher ter comportamento masculino = Marte ou vice-versa, independente de ser homossexual ou não. Os papéis assumidos nas relações podendo esses papéis ser móveis ao longo dos relacionamentos. Ficou difícil? Vou ser mais didático. Uma pessoa pode ser tipicamente Marte numa relação, independente do sexo ou vice-versa e depois mudar.
E A arte da felicidade do Dalai Lama para refletir sobre as aspiraçoes individuais que permeia toda pessoa.
E a interessante música da Venessa da Mata, O masoquista e o Fugitivo. O que você está sendo agora?
E a interessante música da Venessa da Mata, O masoquista e o Fugitivo. O que você está sendo agora?





