Aponto o ofá, miro a seta. Pronto para atirar, só vejo a imagem ora esmaecida, ora nítida...
Esse movimento da estrada em viagem, esse movimento da queda inesperada, do empurrão, do avião...
Esmaecidamente, eu-caçador, debato-me tentando apreender, aprender, aprisionar o cheiro, o gosto, o momento...
Senta-se ao meu lado e ao mesmo tempo está firme no palco.
Olho com espanto e ele me diz:
Minhas faces são muitas, minhas linguas todas...
Porque espantas de ver aquilo que carrega?
Tomo chapeu do compadre e visto-me inteiro com sua roupa quente...
metade vermelho, metade preto
Para causar a confusão de meus vizinhos que discutem direita e esquerda, qual cor é a verdadeira...
Eu de chapéu concluo : Não importa a verdade, importa se a liberdade é preta e a luta vermelha(tudo cabe aqui na roupa, na camisa, na alma)
E continua:
E eu sou, vou e sempre serei a eterna confluência,
a morte do signo fixo e da verdade
A vida da dúvida
sou encruzilhadas eternas,
eternas movências,
o que esmaece é um nada do que consigo ser e não ser,
meu nome compadre é o que você tem ou não tem!
Sim!...Sim?...Não?...Não!
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