quinta-feira, 12 de maio de 2011

Tradução

Dor...
O que sinto quando escrevo é o maldito abandono,
de tudo aquilo que era pensamento
e não conseguiu ser linguagem,
É a alma implorando ao corpo aquilo que ela percebe leve
Limitações do físico, memória
A violência que resulta em metafísica.
Nem éter, nem pedra
Releitura mal-feita,
Imagens enquadradas em códigos predefinidos para sensações indefinidas
Luta incessante entre razão e emoção, onde não há vencedores.
Para a ancestralidade natural, estranhamento.
Palavra é força, movimento, música, imagem, contexto, exemplo.
A alma não quer, os dedos persistem.
Preciso fazer a metáfora da vida terrena
Aprisionar o espírito no corpo.
Palavra é corpo
Idéia é espírito
Escrita é nascimento
Texto é vida, tradução.

Mário Amorim

Nenhum comentário:

Postar um comentário