sábado, 7 de maio de 2011

Feitiço de Áquila




Grito com os meus extremos a dor de ser o que sou
Clamo que eles se acalmem, silenciem
Observo a batalha esperando o triunfo de alguma das partes
Uma dá a passagem, mas com um ar sonso e vingativo de quem vai dar o troco
A outra defende o seu espaço, mas com um aperto no coração um receio de estar sendo injusto
Partes da unidade, suas falhas as complementam.
Precisam muitas vezes de seu ato solo para me fazer crescer, demonstrar e expandir sua força
Digo: Decidam-se! Isso me desestabiliza!
Elas se atém a mim e se preocupam com sua base...
Culpada a colérica esquece o seu espaço e me abraça completamente e com ardor e chora e dorme.
A pacífica me pergunta como cheguei a aquele ponto e me enche de questionamento e culpas, perde a paciência e ao assumir isso abraça a cólera e dorme com ela.
Elas se encontram em mim crepúsculo e amanhecer.
A linha do sol, onde se escreve o dia no infinito.
Somos eu.Eus.
E as minhas partes tornam-se amistosas e se abraçam
E sigo conciliado até a próxima discussão,
Antes do próximo início,
do próximo anoitecer
Onde sou águia ou lobo...
ou os dois.


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