Sou eu Kehinde de Dahomé!
Orfã de tudo.
Até de mim mesma...
Numa parte que não me é inteira
Uma parte pingente e pungente..
Eu individual e coletiva
Eu polifônica
Fiz meu batizado quando decicdi que não seria carneiro
Meu sacrifício é outro
Entrego o meu corpo ao lado contrário
Meu sacrificio é intenso movimento
Eu que sou filha de Oxum e não tive morada fixa
Aqui estou navio adentro num périplo
Cheguei no escuro e voltei no escuro
Recebi de minha avó o deká,
Agora é seu Geninha!
Você que também perdeu cedo como eu...
Perdeu no seu corpo.
Deixo o meu legado...
Cultura
Sou fraturada
Sou, ao mesmo tempo, erudita e oral
Sou oral
Porque devia isso aos meus
Tinha que passar o relato..
Minha irmã Taiwo é Ana Maria, sim.
Era ela que estava o tempo todo em meu pingente.
Pungente
Ana é seu avatar, seu reencarne contemporâneo.
Taiwo dentro dela a fez militar por mim.
Por um revide,
por uma reescrita
Minha irmã!
Por Olorum (Deus ou Zambi)!
Não se preocupe em inventar
Você tem o melhor de mim
E o poder de revolucionar essa história
E continuar a minha linhagem e a de meu filho,
Depois de Geninha, que agora recebe minha herança.
A história tem um espírito
Eu moro na casa dele
E daqui também completo nos leitores
Aquilo que só o axé dá conta.
Cansada demais para continuar em cartas
Respondo agora nos corpos interditados
Que de mim agora herdam movimento...
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