Miro esse lugar com um desejo tão estranho...
Sempre fui órbita dele...mas parece que, na realidade, me desprendi do núcleo violentamente algum dia...perdi a memória e estou aqui. Magnético.
Orbito com estranheza e familiaridade...
Isso é o que frequentemente chamo de ancestralidade.
Acho que minha terra é essa, mas sempre foi aquela que vivi.
Uma saudade daquilo que não vivi, mas sei ter vivo no meu peito...
Miro da janela com familiaridade estranha, esse horizonte e o cantor da playlist que fala de um lugar do crepúsculo..."no dia em que você foi embora..."
Me pego sorrindo e chorando pela coincidência e beleza do instante...
Sei que estou em outra ponta de uma realidade...
Os manto branco de franjas vermelhas, torna-se um manto vermelho de franjas brancas, lembro-me do autor de Igreja do Diabo...
Enquanto isso converso com testemunhas de Jeová que tentam me convencer de uma verdade estabelecida e permaneço dançando na minha mente para Ogum-Xoroquê, lembro-me da dinâmica do caminho, do trem, ebós...lugares-perfeitos...
Não vou ser indelicado com ela...foi tão paciente para tentar não parecer o óbvio dentro desse excesso de botões nesse calor infernal. Tentava disfarçar-se de transeunte normal para dar o bote e "vaaal", salvar minha alma. Entendo-a esse é o princípio de sua doutrina, não gosto de ser agredido na minha e ela, pela educação, também não merece.
As vezes também tento não parecer o óbvio, me disfarço mesmo, sem perder meus princípios...os parâmetros são móveis...vivemos numa sociedade em que o poder é disputado por grupos e mais grupos sociais que brigam por sua identidade...mas somos tão híbridos...tão pós-coloniais, tão sofridos...
Entendo minha amiga e a trato com educação, pois não falou mal de nenhuma religião, mas volto à paisagem com o intróito de que Deus(Zambi e Kaia pra mim) é tão maravilhoso...com essa paisagem...
A minha vida me deu muitas alegrias e percebi que essas coisas simples são as mais importante...abraço a irmã camuflada e recebo sua benção, não me importa o código dela...tivemos empatia...
Volto ao lugar, que coisa linda, minha Kaia...
Ai que desejo de viver aqui....
Ponto final do trem
Desço triste e completo ao mesmo tempo...como quem se lembrou do brinquedo enterrado no quintal depois de 20 anos e sigo o caminho de sempre, mas sei que não para sempre...caminhos de me achar...caminhos de me perder...
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