
Ontem acordei com vontade de fruir o dia. Bebê-lo.
Queria que fosse só pra mim, sem concessões, sem bom dias!
Queria brincar de ser rei, mas sem suditos.
E fiz.
Saí por ai sem me preocupar com nada pelas matinas, fui ver Inaê, molhei os pés na agua salgada.
Caldo de cana, Coco verde, li, cozinhei, fui ver um filme, refleti sobre a vida e enfim sambei.
E como meu objetivo era ser rei, saí mais cedo e deixei meus suditos suarentos terminarem o dia enquanto lia e depois, mais tarde, enquanto dormia.
Mas, nesse processo algo me tocou.
O meu reinado sacerdotal se integrou a uma égide a um rei maior, naquele dia fatidico, no qual lembramos a verdadeira essencia do nosso império. Uma simples estátua, a qual fiz reverência, me reafirmou imperador.
No dia de uma consciência negra, onde um império de dormentes pelo álcool dançava suavemente lembrando os ancestrais. No dia de uma consciêcia me dei conta que talvez muitos de nós ainda esteja inconsciente do que trazemos na alma de tão importante que acaba se transmutando na pele, nos gestos, no vestir, na visão de mundo. Pedaços recortados de uma cultura de cuja consciência se dá por união dessas partes. Uma cultura de corpo a corpo e que está no mundo se resignificando infinitamente.
Quer saber de uma coisa?
Eu sou muito negro, eu sou muito mundo. Eu sou muito África.


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