Tudo começou quando atendia um cliente que me perguntou sobre o assunto resiliência.
Não sabia patavinas sobre isso e preguntei, óbvio. Ele me disse que era a capacidade das pessoas resistirem a problemas, principalmente em situações adversas, legal! Como encontrar um livro assim?
Tinha algumas opções:
1 - A interrogação pairaria na minha cabeça até eu fazer uma pesquisa minuciosa;
2 - Eu perguntaria qual era a área de estudo vinculada à danada (deduzi que era um substantivo feminino) e me viraria para encontrar
ou
3 - como sou esperto, me acabaria no google enfrentando as caras feias dos clientes mal-educados*, segurando minha cara de dignidade até a morte por tentar salvar mais um cliente. Nada disso aconteceu.
1 - Não aceito, sou teimoso, de Oxossi e vou até o fim pra descobrir alguma coisa;
2 - Ele não sabia e
3 - Google fora de serviço.
Meuuuu Deusss...
Como o local onde faço as consutas ficam ao lado dos livros de Virginia Woolf, Clarice Lispector, Oscar Wilde e Caio Fernando Abreu, estava prestes a encontrar uma gilete dentro de um dos livros e cortar meus pulsos (surto literário, não tenho vocação para suicida), quando aconteceu um imprevisto um estudioso no assunto era o proximo a ser atendido por mim e se pronunciou: "Tem Elisabeth Kubler-Ross."
Eu pensei Opa! Tô salvo.
O cara me contou do trabalho dessa mulher e pasmem: Ela é uma especialista no assunto, escreveu livros sobre pacientes em estagio terminal, sendo os mais conhecidos, "Sobre a Morte e o Morrer" e "A Roda da Vida", este último a biografia da moça que foi uma batalhadora.
Interessante que depois de 1 ano voltei a este assunto, e logo no dia Finados e foi tudo tão natural. É a espiritualidade trabalhando, né?
Bicho, li as últimas páginas desse livro agora, pela net, estou louco para ler todo. Mesmo tendo indicado para muita gente, confiando na minha e na percepção do cliente-salvador-da-pátria(com o perdão da nova ortografia).
Algumas vezes fiquei sem entender direito o meu papel de indicador de livros quando algumas dessas pessoas que indiquei voltaram com um sorriso no rosto e um abraço para mim. Acho que Elisabeth fez a diferença na vida deles. Me senti orgulhoso por ser instrumento disso.
Hoje, Elisabeth, resolvi dedicar as ultimas horinhas do dia dos mortos a você. Precisava dizer que te amo profundamente e que se sinta abraçada e amada em qualquer lugar do plano espiritual em que estiver. E a vocês amados leitores indico de coração, não só para pacientes terminais, mas para quem quer continuar a vida com outros olhos.
Beijos e Até mais!
http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/418159/A-Roda-da-Vida
*Que não sabem esperar civilizadamente a sua vez, por conta de um maldito imperialismo capitalista que não conseguiu entender a definição de status como algo transitório e tenta imprimir aos profissionais de atendimento a qualidade de subalternos, numa inversão de papéis, porque subalterno sabe menos e na situação tratava-se do extremo inverso.