quinta-feira, 17 de março de 2011

Penas...



Mário Amorim

É pena que amor já vem e me disseca com 
seus olhos de ciência 
mais profunda.

É pena que amor já vai 
lindo, leve, livre, solto e sem mim,

É pena o que uso quando 
escrevo porque o que eu sinto vai ao meu mil-avô
e tem o peso do 
talhar de pedras de Moisés ou o sangue da idade da 
pedra e se vive e
se sente essa pena.

Essa pena pesada de escrever quando o amor 
já vai e essa pena pesada de 
amar quando o amor vem.

É pena 
essa onda que leva e traz essa vontade dentro de mim. 
Essa

vontade lagarta.

É pena, mas aí já é flor e desabrocha na tinta, 
no papel(metáfora para 
scraps?)
Na pena de dedos ávidos que 
quando não sente o calor da pele se
refaz nos digitos da pena 
virtual.

Apenas há duas penas: expressar e amar.

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