Despedaçado
As partes estilhaçadas em mim ainda guardam
O brilho do que era espelho do céu
Despedaçado
Ainda junto os estilhaços do que ficou
Pra me tornar outro
E viva a aventura de se reinventar
Fênix
Plumas e Pedras
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
quarta-feira, 20 de março de 2013
Pedaços
Há muito tempo preparava esta terra que hoje colho as daninhas e os frutos que têm o seu doce salobro.
A insalubridade doce de viver nas margens, nas ramas, barrando os transbordos me leva pedaços e me entendo lapidado a cada chuva e desço e subo o que sobra cada vez mais senhor de mim.
Há uma potência de todo em cada pedaço que fica e uma liberdade à frente no que vai.
Então que vão os pedaços necessários e façam potência bela e liberta da escravidão dos amores doentes.
Contas
Rompidos os laços mais fortes
O que lhe resta?
Corpo e contas
Contos e acertos
Espiritos ancestres me visitam
Dizem:
Estamos aqui!
Memórias sensoriais
O que sobra?
Cicatrizes cada vez mais apagadas
Que um dia serão apenas silêncio
E os espiritos que só a mim falam
E acendem fachos de luz nos meus semelhantes.
É do que antes era furo que escorre os filetes brilhantes que me cunham
O amor era um espaço de silêncio e ausências
Hoje ele dança nos apagados das marcas,
nos interstícios, do gesto
e da voz.
O quê?
Pescoço pesado e Paô.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Ode a Odé
Ai, Pai Oxossi!
Como me arrepia o vento que vem de mim quando é você.
E me misturo peles, caças, matas,
revolta e rodopio...
o mundo inteiro para você me ver por dentro
de onde vem o arrepio
que é o ímã da ponta da sua flecha no meu coração
de caça e de caçador.
Guia minhas mãos, pois é você quem no mais fundo
da mata,
soul.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Pro-fi-le
Quero reinventar uma vida pra mim
Sem baques, nem bofetões,
nem mesmo o olhar atento daqueles que esperam
o ínfimo erro para "cuidar" de mim
Quero reinventar uma vida pra mim
Pode ser rede social, com bytes e bits.
Caracteres com ou sem características
Caracturas de mim ou do que penso ser
Quero reinventar uma vida pra mim
Sem papéis pre-definidos, minha estética
cort
ando o ar rarefeito da mesmice
Quero reinventar uma vida pra mim
Desde que saí desse lugar que tirou o maior pedaço
Do que pensava o meu príncipio e se tornou fim
Quero reinventar uma vida pra mim
Um perfil, uma fanpage, um memorial pós-moderno
Lá eu sorrio sempre
Lá depois que me for alguém pode fechar
Mas também pode continuar a ser eu e sei que serei lembrado nas melhores poses.
Quero re-inventar uma vida onde minha mão não tenha segurado alças de alçar vôo desconhecido e que a palavra saudade não rime com filho.
Quero reinventar uma vida pra mim
Sem baques, nem bofetões,
nem mesmo o olhar atento daqueles que esperam
o ínfimo erro para "cuidar" de mim
Quero reinventar uma vida pra mim
Pode ser rede social, com bytes e bits.
Caracteres com ou sem características
Caracturas de mim ou do que penso ser
Quero reinventar uma vida pra mim
Sem papéis pre-definidos, minha estética
cort
ando o ar rarefeito da mesmice
Quero reinventar uma vida pra mim
Desde que saí desse lugar que tirou o maior pedaço
Do que pensava o meu príncipio e se tornou fim
Quero reinventar uma vida pra mim
Um perfil, uma fanpage, um memorial pós-moderno
Lá eu sorrio sempre
Lá depois que me for alguém pode fechar
Mas também pode continuar a ser eu e sei que serei lembrado nas melhores poses.
Quero re-inventar uma vida onde minha mão não tenha segurado alças de alçar vôo desconhecido e que a palavra saudade não rime com filho.
sábado, 10 de novembro de 2012
Aos meus nós
Não era nada simples. Primeiro passava alguns dias conversando com eles, negociando. Pedia-os que se acalmassem, que facilitassem o trabalho, chamava os nomes de fofoqueiras para soltar os nós.
Me lembrei dos nós que desfiz para me formar assim, essa imagem...
Há um tempo atrás, na minha família dizia-se que bonito era estar sempre aparado, cortado, limpo. Era assim, visual limpo e bem tratado.
Lembro-me do contrassenso...conheci pessoas maravilhosas limpas, tratadas, mas pouco aparadas e o que sempre me admirou foi essa inteligencia que parecia morar nas voltas crespas que levavam na cabeça.
Hoje estou aqui...
Me lembro que passeava até a faculdade e olhava a copa das árvores, eu via nelas as formas que queria na minha cabeça...engraçado...gostaria que fosse diferente, mas não foi uma consciencia, nem moda, nem o movimento black power. Eles me invadiram pelas copas das mais altas e bonitas árvores. Queria ser como elas. Queria ter aquelas formas. Mal sabia que ao optar por esse visual plântico eu receberia toda uma gama de elogios e interditos. E eu ainda estou com eles esse mundo crespo de significações...essa metamorfose de um mim escolhido e não predisposto por uma conduta mais aceitável de beleza. Hoje olhando no espelho me sinto devolvido aos meus traços, aos meus gostos, a minha beleza. Continuo conversando com eles...a dor do desembaraço é uma lembrança do tipo de luta que meu corpo trava todos os dias. O desembaraço é demanda da cor. a dor é o prazer de meu corpo liberto e integrado àquilo que escolheu para si. Nunca te escrevi carapinha, saiba que te amo assim como amo cada a célula da minha pele que hoje estão livres graças aos ancestrais geradores de uma cultura que tem como marca sobreviver.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
A minha Oxum
Ah Senhora das Águas! 
Quando você me toca fico
sem hora das lagrimas,
do pranto,
do canto
e
eternamente sem hora das águas.
Quando você me toca fico
sem hora das lagrimas,
do pranto,
do canto
e
eternamente sem hora das águas.
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